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domingo, 16 de novembro de 2008

Momento

Uma flauta solitária sonha ser orquestra.
Jamais será.

Adormeci pensando em você, não sei por quanto tempo pensei.
Nem sei se ainda devo pensar.
Mas essa noite ao menos, não sonhei.
Ou sonhei e prefiro não lembrar.

Não é o momento.
O momento já passou.
O momento não virá.
O sentimento não conta.
O tempo?!?
O sentir, sentirá?

Odeio frases clichês,
Dessas que falam de um coração nobre.
Sofrendo por “amor”.
Meu coração é vagabundo.
Vazio e imundo.
Burro demais, se apega se enche se esvai.
E vai.
Levando.
Sonhando.
Sonhando ser orquestra que jamais será.

Meu coração é um bar.
E em sua porta há sempre um mendigo moço,
Esmolando paixões.
Que jamais terá.

Tua ausência já não é nada.
O nada me toma a alma.
Não me acalma, nem consola.
Nada é vazio.
Meu coração é vazio.
Vádio.
Sonha ser nobre.
Jamais será.

És um anjo perfeito.
Atrevo-me, apareço.
Sou ignorado, desapareço.
Não faz diferença, já que não faço falta.
E não me faz falta tua indiferença.
Não me agrada, nem desagrada.
Nada.

Um dia você vai voltar.
Sonhando ser minha.
Jamais será.

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