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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mario de Andrade - Girassol da Madrugada

...”Eu sei que tu sabes o que eu nem sei se tu sabes,
Em ti se resume a perversa e imaculada correria dos fatos,
És grande por demais para que sejas só felicidade!
és tudo o que eu aceito que me sejas
Só pra que o sono passe, e me acordares
Com a aurora incalculavelmente mansa do sorriso.

Não abandonarei jamais de-noite as tuas carícias,
De-dia não seremos nada e as ambições convulsivas
Nos turbilhonarão com as malícias da poeira
Em que o sol chapeará torvelins uniformes.

E voltarei sempre de-noite às tuas carícias,
E serão búzios e bumbas e tripúdios invisíveis
Porque a Divindade muito naturalmente virá.
Agressiva Ela virá sentar em nosso teto,
E seus monstruosos pés pesarão sobre nossas cabeças,
de-noite, sobre nossas cabeças inutilizadas pelo amor...”

2 comentários:

Deborah disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Amanda Penha disse...

dando uma espionada para contmplar novamente sua arte.
beijos